Puro Otaku: Review - Pokémon The Origin

3 de out. de 2013

Review - Pokémon The Origin


E hoje foi o grande dia! Há algumas horas atrás, foi lançado o grande especial de Pokémon. Os quatro episódios prometidos já estão disponíveis para serem assistidos na web, porém, apenas dois possuem a tradução em português, feita e editada pela Hayaisubs (até o momento em que esse post foi escrito). Os fãs da série (e isso inclui a mim) esperaram por esses OVAS por mais de um mês, ansiosamente, para ver o início real da franquia em animação. Lembro-me bem daquela madrugada de anúncios. Todo mundo ficou louco e só faltou as pessoas chorarem. O post que eu fiz assim que soube da notícia, inclusive, foi um dos mais acessados deste blog, perdendo apenas para a publicação que eu fiz sobre a temporada de inverno deste ano (que eu não terminei e vai ficar sem fim, porque já estamos quase na temporada de inverno de 2014). Pois bem, chega de enrolação. Senta aí, clique em "Leia Mais" e vamos às opiniões sobre o especial mais hypado do ano.

Uma história fiel, porém corrida.



Todos que conhecem a série Pokémon, já devem saber como é o início da história. É algo bem simples, direto e, mesmo que você pense "ok mas que p- é essa", ela ainda assim é bem consistente (leia-se aceitável), devido à personalidade dos personagens serem totalmente opostas e também à classificação etária da série, que é para crianças a partir de 10 anos (vamos lembrar que há violência cartunesca, e que isso classifica o jogo como 10+ pela ESRB). Se você nunca jogou Pokémon, ou nunca viu o desenho você não existe pode ler o básico de tudo agora:
Red é um garoto que está prestes a iniciar a sua jornada Pokémon, em que pretende registrar o maior número possível de Pokémons na sua Pokédex, dada a ele pelo professor Oak, que é avô do Green, o seu rival durante toda a série, além de ganhar experiência nas batalhas com os líderes de ginásio, cumprindo também o sonho do professor. Ao contrário de Red, Green é o garoto "nojentinho", que apenas quer lutar por não ter algo melhor para fazer e acha que todas as atitudes que o seu rival bondoso toma são infantis e precipitadas. Este, pretende participar da Liga Pokémon para se tornar o melhor de todos, já que não aceita ficar em segundo lugar, nem perder para ninguém.
Sim, a história é bem parecida com o que temos no começo do anime, só que aqui, o protagonista não é um perdedor o tempo todo e não se torna irritante ao avançar dos episódios, porque os episódios não são todos iguais, não seguem o roteiro que existe no anime a mais de 15 anos. Aqui, a Equipe Rocket não é retardada. Eles são vilões, eles agem como vilões, diferentemente daquela dupla (ou trio, se você contar o gato com sérios problemas mentais) multicolorida e cheia de lemas que apenas tentam capturar um ÚNICO Pokémon (dentre 693) de um ÚNICO garoto. Pelo menos aqui, mesmo que eles falhem e percam sempre para o protagonista, a existência deles tem algum sentido.

Era de se esperar que só teríamos um resumo do que acontece na saga original do jogo, já que o especial possui apenas uma hora e quarenta minutos se juntarmos todos os blocos, o que é bastante tempo para as histórias que são contadas, já que os filmes (com o Ash) possuem em média uma hora e vinte minutos. O problema é que ou a produtora notou que o tempo que eles tinham era muito curto e eles resolveram fazer cortes na história (e cortaram as partes ERRADAS) ou eles simplesmente ficaram com preguiça de fazer a adaptação da maneira mais correta o possível e resolveram pegar apenas o resumo do resumo para produzir o especial, deixando diversos detalhes para trás. Um dos exemplos disso é logo nos primeiros minutos, quando a mãe do Red diz que tudo está pronto, ele sai correndo, cai, e em alguns segundos já estamos no laboratório do Oak, com o Ash e o Green discutindo antes mesmo de pegarem os iniciais. Deu a impressão de que "temos pouco tempo, então vamos correr", que não foi nem um pouco legal. Aí a Equipe Rocket já apareceu, e em poucos minutos o Red já estava em Pewter, batalhando com o Brock. As batalhas seguem o mesmo padrão de antes, com os treinadores dizendo aos monstrinhos o que eles devem fazer, só que nesse especial (ao menos nos dois primeiros blocos), elas são bem curtas, com apenas dois ou três ataques de cada Pokémon (a luta do Red contra a Equipe Rocket na torre/cemitério foi super rápida, com o Koffing perdendo por 3 ataques). É algo que dá pra entender, mas eles poderiam ter melhorado isso.

Uma animação nem tão mágica assim.



Vou ser sincero. Isso é algo que me incomodou durante os 40 minutos de especial que já possuímos. Todos os personagens têm praticamente o mesmo tipo de rosto. Os desenhos, os traços são os mesmos, todos praticamente idênticos. E o problema nem é só esse. A expressão facial dos personagens não combina com a ação que eles estão fazendo e muito menos com o plano de fundo. Diga-me, pois bem, se esses personagens secundários que estão se despedindo do Red combinam com a forma como eles estão e, ainda mais, com esse fundo CINZENTO em que estão (se bem que é a cidade de Lavender, então qualquer coisa que tente ser feliz, vai ser medonha). O padrão do rosto dos personagens é muito grande, e eles acabam ficando com queixões (basta ver o design da enfermeira do Centro Pokémon).

Há também, quando o ângulo de visualização dos personagens mudam, a falta de animação. Isso acontece muito em vários shounens de temporada, que têm baixo orçamento e curta duração. E pior ainda: na maioria das vezes, a produtora ainda tenta disfarçar essa falta de animação dos personagens quando eles vão para um ângulo secundário, deixando alguma outra coisa em movimento na cena. Isso não acontece nesse anime, sei lá o porquê. Essa técnica é muito usada pela Production I.G., mas acho que dessa vez eles decaíram mesmo, ou deixaram passar batido.

Em compensação, os traços e efeitos que eles usaram para construir os Pokémons ficaram lindos. Pelo menos, era o que eu esperava de como a animação deveria ser numa adaptação em 2013. Jogo de luzes, cores vivas e movimentos de ataque muito bem feitos. Aquela chama na ponta da cauda do Charmander mesmo, pode ser uma coisa muito pequena e apenas um detalhe, mas como o jogo de cores se comporta com aquela chama foi algo que fez toda a diferença na animação.

Vale a pena?



Não tem como dizer que não vale a pena se você é mesmo um fã da série. Esse especial é, com certeza, um dos melhores trabalhos já feitos por eles: atender aos pedidos dos fãs old-school. Apesar de eu não achar que ele tenha sido tão bem executado, seguindo todos os padrões que um anime produzido em 2013 deva seguir com fatores como uma história clara e bem encaixada e o fator animação que não é tão bom quanto a série em anime (com Ash e cia.), é uma boa pegada assistir, principalmente se você quer ter aquele feeling da série original, sem o perdedor do Ash para ficar chorando o tempo todo, ou sem a Equipe Rocket tentando fazer piadas forçadas.